Tenho o direito de usufruir da felicidade, mas isso não valida minha atitude de descaso para com a tristeza do outro.
Tenho o direito de conferir minhas verdades, mas não posso duvidar da verdade do outro. Posso opinar, escolher, repetir trajetos, mas não tenho o direito de decidir sobre o caminho dos amigos.
Tenho o direito de consumir ternuras, mas se o outro amargura não é meu legado promover sua cura. Usufruo da condição de andar pacificamente, mas não é legítimo interferir nas relações conflituosas de quem assim decide viver.
Tenho o direito de fazer minhas invencionices sobre os sentimentos, mas não convém duvidar do afeto do outro.
Tenho o direito de vivenciar a liberdade, sem com isso aprisionar o outro. Disponho de minhas estratégias de sobrevivências, mas preciso respeitar as escolhas estranhas do próximo.
Tenho o direito de desfazer um combinado, usando de sinceridade, mas não preciso ser desleal.
Tenho o direito de angariar simpatia, mas não posso representar um sentimento que não possuo. Tenho o direito de ser mandatária do meu destino, mas não posso obrigar alguém a fazer minhas escolhas em nome de sentimentos recíprocos. Tenho as rédeas de minha vida e da história do outro, só posso ser coadjuvante se ele assim o permitir.
Tenho o direito da comoção, sem querer ser guardiã da humanidade.
Tenho o direito de escolher minhas crenças sem impor religiosidade aos outros.
Posso discordar, mas não guerrear...
Posso mudar, mas não exigir isso do outro.
Posso privilegiar-me da espiritualidade, sem precisar alardear o mundo.
Posso renunciar, sem o prejuízo da renúncia onerar o outro.
É justo o meu sonho, sem contudo desmerecer o sonho do outro.
Posso não saber toda verdade, sem me apropriar das dúvidas que não me pertencem.
Devo amar, sem esperar que a troca seja obrigatória.
imagemdaqui
Respeitar o outro...suas escolhas, seu olhar, seus sentimentos...
Não precisamos "aceitar" nada!
Respeito já está de bom tamanho! hã?
Oi Sheila, venho do blogroll da Tina e sou assim, quando o título do blog me atrai eu procuro conhecê-lo. Mas confesso que fiquei meio assustada ao chegar aqui e sem jeito, afinal, sou um bebê na blogosfera e tu uma super veterana com 2796 seguidores (agora 2797). Fiquei sem graça, sei lá, de comentar, mas estou dando a cara a tapa aqui.
ResponderExcluirAdoro os textos da Ita e esse não é somente dos direitos que temos, mas também dos deveres para sermos seres humanos, verdadeiramente humanos.
Se muitas pessoas entendessem essa crônica e não quisesse impor suas crenças, seu caminho aos outros e não interpretasse uma divergência como uma guerra, seríamos muito mais felizes, né?
Beijos e linda sexta.
muito lindo
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