Por que as pessoas desejam a riqueza, buscam a fama, procuram pelo poder, pelo prestígio, pelo destaque social de algum modo?
Para obterem amor.
Por que elas querem ficar bonitas, fazem dietas ou cirurgias plásticas, frequentam academias de ginástica, vão à escola e trabalham, fazem faculdade e cursos diversos, pretendem promoções e escalar na hierarquia das empresas ou subir na carreira profissional? Por que querem tanto ser admiradas e respeitadas, acumulam conhecimento ou títulos acadêmicos, bem como qualquer outro valor?
Para serem amadas.
Por que tantos buscam o “príncipe encantado” ou a “princesa pura e casta”, o “grande amante” ou o “grande amigo”, o “grande mentor”, o “grande líder”, “grande ídolo”, ou a “grande igreja”, uma “grande filosofia” ou uma “grande causa”?
Para se sentirem de posse de uma fonte segura de amor.
Por que perseguem, com afã, prazeres variados, passeios, sexo, divertimento, alimentação descontrolada, drogas e outros escapes? Por que surtam de raiva, de ciúme, de inveja, de ganância ou de ódio?
Porque desejam e nem sempre conseguem se sentir amadas.
Há, porém, uma contradição fundamental, uma falha de foco basilar que é crítica para o entendimento desta fonte universal de alimento da psique e, ao mesmo tempo, a chave para a solução de todos os enigmas humanos. As pessoas não precisam, propriamente, ser amadas. Precisam de amor. Apenas deduzem elas que o conseguirão por meio do amor que os outros lhe devotem, ou, em outras palavras ainda: o respeito, o medo, a submissão ou o prazer ofertados por terceiros, conceitos estes, lamentavelmente, ainda mais distorcidos da verdade fundamental da fome de afeto. E ainda quando algumas percebem que o de que necessitam é, realmente, o amor, dedicam-se à Espiritualidade, à família, aos entes queridos, ao próximo, mas, mesmo assim, comumente, sentem que precisam mendigar o afeto alheio, dos espíritos, dos anjos ou de Deus, o que é um ledo, enorme engano, porque a Divina Providência não poria todos à mercê do capricho alheio, para atenderem a uma necessidade basilar do psiquismo; nem, por outro lado, das formas distorcidas de amor que se costuma encontrar, nos níveis primários de evolução humana, como na Terra.
Os santos que habitaram o orbe manavam este amor especial. As mães, de certa forma, fazem-no. As mulheres submissas e os parceiros carentes, idem. Os filhos pequenos, no amor idolátrico aos pais, também. Os admiradores de grandes professores e de celebridades, igualmente. Mas toda essa forma de amor é oscilante, inconstante e de constituição variada, nem sempre conforme as necessidades psíquicas de quem o recebe.
Por outro lado, o Criador não poderia pôr a satisfação da necessidade fundamental do ser humano, nas mãos de uns poucos eleitos: aqueles que têm muito amor a dar. Não poderia exigir que apenas grandes místicos e santos, mães sacrificadas ou grandes corações amantes tivessem farta provisão do que é alimento primordial de todos.
E onde reside a chave da questão? Num simples dado de sentido. O amor, para ser recebido, não precisa ser recebido. É isto mesmo: trata-se de um paradoxo, como todas as verdades espirituais profundas. O amor não é uma mercadoria escassa, ao modo das posses materiais, algo que se perde ao se dar, e que diminui quando se divide. Mas justamente o contrário: expande-se à medida que se o oferta; multiplica-se, à medida que é partilhado. Não é, portanto, algo que precise ser comerciado com outras criaturas, ao modo de acertos, contratos ou conchavos. Trata-se de uma força que promana do íntimo de cada criatura, dela para ela mesma, ou dela para outras criaturas. Eis por que, quando falta receber de fora, alguém pode obter esse suprimento capital de energia psíquica de dentro de si mesmo. E, principalmente, no simples ato de dar amor, alguém se abastece do combustível essencial para sua psique, nutrindo a si e a uma legião de criaturas que esteja em seu círculo direto ou indireto de influência pessoal.
Quer se sentir pleno, satisfeito, em paz? Dê amor.
Não lhe retribuem? Dê ainda mais amor.
Foram ingratos? Continue dando amor.
Aquel’outros fazem uso indevido do amor que lhes dá e se tornam perversos? Afaste-se deles e dê amor alhures.
O amor é infinito, pródigo e não se manifesta de forma pessoal ou discriminatória. Jamais caia na tentação de cobrar dos outros o amor que você deve a todos. Paradoxalmente (mais um paradoxo), quando der sem esperar nada em troca, o amor virá em sua direção, a mancheias, de diversas fontes, embora não das mais desejadas ou esperadas, pelos seus caprichos e interesses humanos. E, principalmente, virá de dentro e de Cima, repletando-o de uma forma intraduzível que somente quem passa pela experiência pode compreender o que falo.
Está com fome espiritual, com sede de afeto? Alimente-se. Torne-se você mesmo a fonte d’água pura, para si, e ainda contemple, feliz, tornar seu coração uma fonte de felicidade, paz e conforto, para inúmeras outras criaturas.
A felicidade e a bem-aventurança não são uma prerrogativa de santos e anjos. Eles estão em níveis mais altos de expressão desta energia de procedência divina, filtrando-a de modo mais puro, mais claro. Todavia, no seu nível humano, você também pode e deve sintonizar o amor, em forma de bondade, ternura, acolhimento, paciência, simpatia, doçura. E, destarte, estará dando a manifestação singularíssima desta energia divina, conforme a filtragem idiossincrática de sua alma. E, curiosamente: não só estará prestando um serviço original ao mundo, já que ninguém mais poderá fazer como você, porque ninguém é como você, como ainda estará se alimentando da forma personalíssima que sua natureza exige, porque ninguém filtrará, como você, para você, a energia espiritual provinda de Deus, da exata forma como você é e precisa. Portanto, dar para os outros é a melhor forma de dar do melhor modo para si mesmo, já que, se viesse de outrem, mesmo que de um santo ou de um anjo, viria no diapasão próprio daquela personalidade que, por mais elevada e respeitável, ainda assim não será você, e, portanto, jamais suprirá totalmente suas necessidades de energia espiritual específicas, de que só sua consciência lhe pode prover. Doce mistério divino, que compele toda criatura a buscar a ascese evolutiva e faz com que aqueles que parecem sacrificados, por serem os que tomam a iniciativa de dar amor primeiramente, ainda que sem retribuição, sejam, em verdade, supridos em suas carências íntimas como ninguém mais, como nenhum de seus beneficiários, que sempre estarão se alimentando do amor da sua forma e não da deles mesmos.
Quer ser feliz? Dê amor.
Quer estar pleno? Dê amor.
Quer preencher o vazio de seu coração? Dê amor.
Quer se sentir bem-aventurado e completamente realizado? Seja a fonte do amor de quantos puder, sem desejo de receber compensações.
Assim fazendo, pequenos “toquinhos” de “asa” começarão a surgir nos “ombros” de sua alma, e, mais que tudo, como ser humano, estará se tornando, gradativa e seguramente, mais realizado e feliz, a caminho de níveis progressivamente mais altos de expressão de si, de crescimento, de aprendizado e de ainda mais, infinitamente mais: felicidade!
Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia
Muito lindo...
Mas difícil de por em prática...
Apesar de sentir que essa é a única verdade...
Única! Beijos passarinha! Vy
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