"Às vezes me sinto uma anciã, lamentando o quanto a vida está ficando miserável. Não se trata apenas dos miseráveis sem comida, sem teto e sem saúde, o que já é um descalabro, mas da nossa miséria opcional. Abreviamos sentimentos, abreviamos conversas, abreviamos convivência, abreviamos o ócio, fazemos tudo ligeiro, atropelando nosso amor-próprio, nosso discernimento, vivendo resumidamente, com flashes do que outrora se chamou arte, com uma idéia indistinta do que outrora se chamou liberdade. Todos espiam todos, sabem da vida de todos, e não conhecem ninguém. Modernidade ou penúria? "
Martha Medeiros
Penúria, lamentável penúria.
ResponderExcluirViva o açúcar emprestado da vizinha da porta ao lado, o bom dia, boa tarde, boa noite, feliz natal...
Viva o aperto de mão, o abraço...
Viva quem passa td dia por nós e repara que cortamos o cabelo, viva o moça da padaria, o moço da feira, o porteiro...
Viva quem conhece nosso olhar, nosso tom de voz, nossa respiração...
Viva a conversa sem pressa, as histórias cheias de detalhes, os casos repetidos que adoramos ouvir seja lá quantas vezes forem.
Viva falar errado, falar com sotaque, dizer palavrão, dizer coisas ao pé do ouvido...
Viva o contato físico, humano, particular e privado!
Viva!!!!!
ExcluirSensacional,incrível como sempre me identifico com o que a Martha diz.
ResponderExcluirAs pessoas estão deixando de lado os sorrisos,o olho no olho,as conversas sinceras,a simplicidade de pequenos momentos.
Felizes são os que sabem viver ao seu modo,sem se deixar levar pela complicação dessa vida.
Abraço querida,um ótimo final de semana,luz e alegria,=)
Sheila,
ResponderExcluirMuita obrigada pela dica. Já mudei no blog.
Internet é complicado, as vezes as pessoas atribuem mensagens a autores diferentes. Costumo colocar trechos de livros que estou lendo. É mais seguro.
Grande abraço
Lella
Houve um tempo que eu arquivava minhas cartas, eram amigos que tinham paciência de escrever uma carta, pingar gotas de perfume e colar "selos", lembra deles? Ir ao correio, pegar fila e mandar. Do outro lado, a ansiedade gostosa de esperar o carteiro passar e entregar. Colar figurinhas, fazer desenhos, mandar uma foto tirada na extinta Polaroid (nossa! fui lá no baú agora, mas não sou velha "ainda"!). Hoje, redes chamadas "sociais", de sociais mesmo não tem muito, apenas um leva e trás de baboseiras e um milhão de amigos. Ninguém tem um milhão de amigos. Amigos são aqueles que moram no peito da gente. Ficou tudo tão sem censura, sem privacidade. Tudo ali, na mão. Na minha humilde opinião, os blogs ainda são o que mais se assemelham às antigas cartas. Você só expõe se quiser, sem desrespeitar nem invadir ninguém. Beijo grande florzinha!! Vy
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