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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fardos inúteis...


Conta uma lenda,
que dois monges
que atravessavam uma área deserta
quando diante de um rio violento,
avistaram uma linda jovem
que tentava atravessá-lo sem sucesso.

Um dos monges,
não sem dificuldades,
atravessou o rio
e colocando a mulher em suas costas
conseguiu atravessar o rio em segurança.
A jovem abraçou-o agradecida,
comovida com o seu gesto e seguiu seu caminho.

Retomando a jornada,
o outro monge que assistiu a tudo calado repreendeu o amigo,
falando do contato carnal
que houve com aquela jovem,
da tentação de ter aquele contato
mais direto com uma mulher,
o que era proibido pelas suas leis.

E durante um bom trecho do caminho,
esse monge falou sobre a mulher
e sobre o pecado cometido
até que aquele que ajudou a jovem na travessia falou:
querido amigo, eu atravessei o rio com a jovem
e lá eu a deixei, mas você ainda continua
carregando-a em seus pensamentos.

Assim, todos sabem que Deus
não nos dá fardos maiores
que aqueles que podemos suportar,
e muitos dos nossos fardos
já poderiam estar abandonados
em outras curvas da vida,
mas nós insistimos em carregá-los.

Levamos nossas dores
e frustrações ao extremo.
Dramatizamos demais,
elevamos ao cubo cada dor,
cada ofensa, cada contrariedade
e por isso, não conseguimos relaxar,
perdoar ou mesmo ser feliz,
pois o peso que vamos acumulando em nossas costas
são demais para qualquer cristão.

Neste dia especial, eu lhe convido a uma reflexão.
Quais são os fardos que você continua carregando
e que já não estão mais com você?
Qual é a dor que você anda revivendo
e fazendo com que velhas feridas voltem a sangrar?
Por que você não consegue perdoar quem lhe magoou?
Quantas oportunidades você anda deixando para trás
por estar amarrado ao passado?

Desarme-se.
dos velhos pensamentos,
do espírito da revolta, da tristeza.
Hoje é dia de desmontar
o velho acampamento do comodismo
e seguir adiante na longa jornada que a vida apresenta.
Quanto mais leve a sua mochila,
mais fácil a subida rumo a felicidade.

Texto
Paulo Roberto Gaefke

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